Recentemente, conversando com um grupo de pessoas de diferentes carreiras, entre elas haviam advogados. Eu trabalho com advogados há 6 anos, pois gerencio a área de TI de um grande escritório.
Um dos colegas, arquiteto, me perguntou brincando: "Você aguenta trabalhar com advogado?". Respondi também em tom de brincadeira, "Eu me acostumei". Todos riram e acharam a minha resposta a mais coerente, inclusive os advogados presentes à mesa.
Pela própria formação, o advogado, tem seus valores, crenças e objetivos.
Onde quero chegar? Nem sempre o perfil do negócio a qual o profissional de TI se depara é o que tem maior sinergia com a tecnologia. Eu por exemplo estou em um negócio em que apesar do progresso do perfil do advogado, ainda traz os valores, tradicionalismo e status da profissão.
Como sempre deveríamos fazer e é tema deste post, eu aprendi com o negócio.
Procurei entender o perfil de um advogado, seus anseios, necessidades e objetivos. Procurei dar o meu melhor para servi-lo e fazer com que a TI entregasse exatamente o que esperava. Confesso que nem sempre isso foi tarefa fácil, pois o profissional do Direito teve que mudar como qualquer outra carreira. Advogado hoje, deixou de ser passivo em sua cadeira imponente onde meditava sobre teses jurídicas. Hoje este deve entregar muito mais a seus clientes, deve ser capaz de discutir todos os aspectos de um negócio.
Com esta evolução, onde os clientes de um advogado se tornaram mais exigentes, o meu cliente (o advogado), exige muito mais de mim para atender às suas expectativas.
Hoje felizmente, como na resposta que dei ao colega arquiteto, não só me acostumei com o advogado como também conquistei muitos amigos desta brilhante profissão.
Cito este exemplo, pois vivi isto na pele nos últimos anos. Porém, vejo profissionais de TI, muito distante das necessidades do negócio e muito preocupado somente com a tecnologia e olha que tem Diretor de TI ou CIO com esta visão e ganha bem pra caramba. Tecnologia é bom e muito divertido em muitos casos, mas algumas perguntas precisam ser respondidas antes de implementar uma "solução":
- Será que a solução tecnológica vai agregar para o crescimento da empresa?
- Tem o apoio da alta administração?
- Irá ajudar a organização atingir suas metas?
- Está alinhado com o planejamento estratégico?
Bem amigos, acredito que para o profissional de TI subir na carreira, ter melhores salários e reconhecimento, é mandatório ter o conhecimento do negócio e de tudo que gira em torno dele. Profissionais com este perfil terão um diferencial à entregar no momento de uma entrevista ou promoção.
TI e negócio caminham sempre de mãos dadas.
Aprenda com o negócio.
domingo, 13 de abril de 2008
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10 comentários:
Caro Ricardo,
muito pertinente a sua abordagem, sobretudo quando trata da real missão do profissional de TI, ou seja, auxiliar o negócio. Muitas vezes esquecemos (me incluo) que TI é meio e não um fim.
Posso relatar uma experiência similar a sua que tive junto ao meio militar, altamente hierarquizado, onde conduzi projetos por mais de 6 anos. O desafio foi encontrar um bom termo entre ser civil numa organização militar sem me tornar um militar civil. Essa foi uma das experiências profissionais mais ricas que já tive.
Parabéns pelo excelente post.
Forte abraço!
Rodrigo Campos
Caro Rodrigo,
Suas considerações são sempre muito bem vindas e me enriquecem.
Você está corretíssimo, TI é o meio e não o fim.
Enxergar por este prisma foi de grande dificuldade para mim que emergi da áreas puramente técnicas, onde ter visão sistêmica não é uma característica comum.
Neste período de
"aprendizagem do negócio" sem dúvida, levo mais lições com os erros do que com os acertos.
Forte abraço.
Ricardo Pernambuco
Este é o tipo de post que quem lida com TI deveria ler todos os dias ao acordar. Digo isto porque a tecnologia muitas vezes inebria e faz com que nos esqueçamos de verificar se ela é realmente interessante para o negócio no qual estamos inseridos.
Quanto a TI ser atividade meio, prefiro dizer que TI é estratégico. Quem quiser agregar valor ao seu negócio fatalmente passará por TI.
Parabéns pelo Blog
Prezado Carlos,
Bem vindo!!
TI realmente é estratégico, porém, infelizmente muitas organizações ainda enxergam esta importante área como centro de custos. Cabe a nós gestores mudar este cenário. Para isso, temos quer deixar o "tecniquês" de lado (mas não abandoná-lo) e aprender sobre metodologias, processos e negócios, esta última sendo realizada atuando diariamente das áreas de negócios, identificando oportunidades e entendendo a operação.
Obrigado pela participação.
Forte abraço
Ricardo Pernambuco
Ola, Ricardo.
O gande problema dos profissionais de TI é que eles, ainda hoje, dispresam a vivência dos clientes.
Acham que CMMI e MPSBr. são coisas chatas que só vieram pra borocratizar "a liberdade de criação".
Eu mesmo já fui criticado por pares, quando troquei minha máquina top de linha com um cliente pois ele precisava del mais que eu.
Mas o panorama vem melhorando muito.
Caro colega almaiamelo,
A sua atitude é positiva e pouco esperada até pelos clientes. O que você provocou na minha humilde opinião foi o encantamento do seu cliente, que não esperava tal atitude.
O uso de metodologias pode ser chato mas em nossa área é mandatório. É uma sopa de letrinhas danada!
No cenário atual de negócios, a mudança é uma constante, os recursos humanos são sobrecarregados e as demandas parecem não parar de crescer. Para ser capaz de enfrentar esses desafios, a área de TI deve seguir processos suportados por metodologias eficientes e eficazes.
Seus pares ainda se orgulharão de você.
Obrigado por enriquecer o tema.
Forte abraço.
Ricardo Pernambuco
Ricardo
Ótimo relato de vivência, que sempre nos deparamos em nossa jornada.
Atualmente todos os setores se integram de tal maneira, que precisamos estar sempre nos flexibilizando para atender a todos e assim gerar resultados.
Nem mesmo o setor de contabilidade que antigamente era isolado, hoje depende de setores de apoio, principalmente TI, para agilizar e otimizar o trabalho burocrático do setor.
Os questionamentos apontados em seu post são de grande valia e devem ser colocados sempre em prática.
Abraços
Caro Ricardo,
sou recente no grupo SAPJR, mas nem tanto assim em TI. Achei corretas suas considerações. No entanto, gostaria de emitir minha opinião, que não é nada discordante da sua, é complementar. Obviamente que todos estamos aqui para servirmos um aos outros independente da profissão que escolhermos. Que todas as áreas de negócios em maior ou menor grau foram obrigadas a se adaptar a um mundo muito mais complexo e exigente, inclusive as mais tradicionais, é inquestionável também. Agora, penso que a visão que um profissional de TI tem que ter, ou primeiro mandamento é que 'TI é negócio e negócio é TI'. As duas coisas se misturaram de tal maneira em alguns ramos que tornaram-se a mesma coisa praticamente. Nas áreas em que TI ainda é vista como uma ferramenta de auxílio, apoio, ou complemento, este paradigma ainda não é verdadeiro, simplesmente porque ainda não foi possível, tecnologicamente falando. A cada dia TI está se transformando, se inovando, avançando e o que era inconcebível há dez anos atrás, hoje já consideramos obsoleto. Resumindo, um profissional de TI que irá trabalhar para o ramo de negócio do direito ou outro qualquer, basicamente terá que conhecer o negócio tanto quanto as ferramentas de software de uma tal maneira que as mesmas façam a função do profissional de direito. Possivelmente existirão sistemas informatizados que praticamente, farão boa parte do trabalho que um advogado faz hoje, ou seja, o próprio sistema de TI, ou computador como se diz por aí, será o advogado, será o negócio.
É isso aí nobre colega, servir é primordial e para isso é preciso entender e conhecer bem seu cliente, mas TI não será mais um meio e sim um fim. Hoje, em muitas empresas isso já é uma realidade. E, quem sabe em breve, isso também o será entre os advogados. Afinal é para isso que viemos.
Bem, quero parabenizá-lo pela iniciativa, por conseguir romper a barreira e entrar no mundo SAP, e quando for CIO, se lembra de mim parar ser seu braço direito.
A gente se vê por aí, com certeza.
Sandra Barros
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